
Hoje é o dia da mulher. Poderíamos estar comemorando as nossas conquistas ao longo de décadas de luta, mas a realidade é outra.
Estamos em 2017 e ainda sofremos violência física e/ou psicológica dentro de casa. Não podemos andar sozinha durante a noite voltando do trabalho ou faculdade, porque sempre temos medo de um homem vir violar nosso corpo ou nos ameaçar.
Meninas são usadas como mercadoria na prostituição e deixam de viver a infância para sofrerem violência sexual.
Ainda somos vistas no ambiente de trabalho como pessoas inferiores, que não sabemos o que falamos, sofrendo assédio verbal e sexual de homens em cargos superiores.
Muitas de nós vivem em relacionamentos abusivos e não conseguem se libertar, ninguém vai interferir, afinal: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, até haja a morte.
Sofremos com:
- manterrupting, quando o homem nos interrompe no nosso momento de fala em uma reunião, por exemplo;
- bropriating, homem quando se apropria da ideia de uma mulher;
- mansplaining, quando homem explica o óbvio a uma mulher, como se ela não tivesse a capacidade mental de compreender.
Seguramos a pressão de ter que casar, ter que ser mãe, ter que cuidar da casa.
Somos julgadas pela roupa que usamos, pelo nosso corpo, a maquiagem (ou a falta dela), o corte de cabelo. Precisamos seguir o padrão que nos impõe.
O feminicídio ainda não possui a atenção de justiça e mídia que é necessária, mesmo com 13 mulheres (em média) morrendo por dia no Brasil.
Somos julgadas, mortas, violadas, assediadas e machucadas.
Somos mulheres que brigam todos os dias pela sobrevivência e hoje é o dia que marca nossa luta.
Ilustração: HENN KIM